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O Fascinator como Símbolo de Elegância e Tradição: A História e o Uso do Millinery Britânico no Século XXI

Updated: Apr 24

Este artigo propõe uma análise histórica, cultural e estética do uso dos chapéus no Reino Unido, com foco especial na tradição do millinery e na evolução dos fascinators. A pesquisa considera o contexto aristocrático e social do uso desses acessórios, examinando eventos icônicos como o Royal Ascot e o Afternoon Tea britânico. Também são discutidas normas de etiqueta quanto ao uso de fascinators em espaços internos e externos, revelando a função simbólica e social desses ornamentos na cultura contemporânea.




Introdução


O uso de chapéus no Reino Unido transcende o vestuário utilitário. Ele constitui um símbolo cultural, enraizado em séculos de tradição e carregado de códigos sociais. Dentre os acessórios mais emblemáticos da cultura britânica contemporânea, destaca-se o fascinator — um pequeno chapéu ornamental que fascina tanto pelo nome quanto pela função estética.



O Millinery: A Arte da Chapeleira


O termo millinery refere-se à arte de projetar, confeccionar e decorar chapéus femininos. A palavra vem de "Milaner", um termo do século XVI usado para se referir a comerciantes de moda de Milão, cidade considerada referência em artigos de luxo. No Reino Unido, essa prática ganhou uma identidade própria, sendo cultivada por gerações de artesãos, especialmente em Londres.


Ao longo do século XIX e XX, a millinery britânica tornou-se sinônimo de elegância, estando presente nas cabeças da aristocracia, da realeza e das damas da alta sociedade. Ainda hoje, o país abriga algumas das maiores casas de chapeleiros do mundo, com destaque para designers que fazem parte do coletivo conhecido como The Millinery Collective, que promove a arte e a sofisticação dos chapéus em eventos como a London Fashion Week e o Royal Ascot.




Fascinator: Etimologia e Evolução Histórica


O nome fascinator deriva do verbo inglês to fascinate, que significa encantar ou atrair intensamente a atenção. O termo já era utilizado no século XVIII para descrever pequenos véus de renda ou tule usados sobre o cabelo, com um efeito visual leve e sedutor.


No século XX, sobretudo após os anos 1980, o fascinator evoluiu para o que conhecemos hoje: um ornamento de cabeça pequeno e leve, fixado por tiaras, pentes ou clipes, geralmente adornado com penas, flores, rendas e malhas. Tornou-se popular como alternativa mais prática e moderna aos chapéus tradicionais, mantendo a formalidade e o encanto da millinery.




O Royal Ascot e a Relevância Cultural do Fascinator


O Royal Ascot, realizado anualmente em Berkshire, é um dos eventos sociais mais tradicionais e prestigiados do Reino Unido. Mais do que uma corrida de cavalos, é um desfile de etiqueta e moda. O uso de chapéus ou fascinators é obrigatório para mulheres nas áreas mais formais, como o Royal Enclosure.


Neste contexto, o fascinator não é apenas um adorno, mas um símbolo de pertencimento e sofisticação, com regras bem definidas sobre tamanho, estilo e como deve ser usado.




O Fascinator e o Ritual do Afternoon Tea


Outro espaço em que o fascinator encontra sua expressão cultural é o tradicional Afternoon Tea. Criado no século XIX por Anna, a 7ª Duquesa de Bedford, esse ritual tornou-se sinônimo de elegância britânica.


Durante Afternoon Teas formais — especialmente em locais como o The Ritz ou o Claridge’s —, é comum que as mulheres usem fascinators ou pequenos chapéus.


  • Dentro dos salões: preferem-se fascinators mais delicados e discretos, com menos volume. Chapéus de abas largas devem ser retirados ao entrar.


  • Em jardins ou terraços externos: modelos mais expressivos são aceitáveis e incentivados, já que o ambiente permite maior liberdade visual.




Etiqueta e Código de Uso


A etiqueta britânica é clara quanto ao uso correto do fascinator:


  • Ambientes externos (corridas, casamentos ao ar livre): são ideais para fascinators exuberantes ou chapéus grandes.


  • Ambientes internos (igrejas, salões de chá, recepções): recomenda-se o uso de peças menores e mais sutis. Chapéus com abas largas podem ser considerados indelicados em espaços fechados, pois atrapalham a visão ou o contato visual.


Além da formalidade, o fascinator comunica um gesto de respeito à tradição e ao evento em si.





O fascinator é um acessório que transcende moda. Ele representa uma síntese entre história, elegância e identidade cultural. Ao ser usado em eventos como o Royal Ascot ou no delicado ritual do Afternoon Tea, ele reafirma a importância da tradição britânica em preservar o estilo com intenção e significado.


No mundo contemporâneo, onde autenticidade e expressão pessoal ganham força, o fascinator mantém sua relevância por fascinar sem exagerar, marcar presença sem dominar, e encantar com leveza.

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